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Porque a selva Amazônica e os Andes são fundamentais para as chuvas nas regiões central, sudeste e sul do Brasil



rios voadores

A umidade oceânica que chega à América do Sul, vinda principalmente do Oceano Atlântico, desempenha um papel crucial no ciclo hídrico da região. Essa umidade é absorvida pela floresta Amazônica e forma o que se chama de "rios voadores" — grandes correntes de vapor d'água que se deslocam pela atmosfera. A vegetação densa da Amazônia contribui significativamente para esse fenômeno, já que as árvores liberam enormes quantidades de vapor por meio da transpiração, alimentando esses "rios".

Ao se deslocarem em direção ao interior do continente, esses rios voadores encontram os Andes, uma enorme cadeia montanhosa que atua como uma barreira natural. Ao se chocarem com essa muralha de montanhas, a umidade se condensa e resulta em chuvas intensas que são canalizadas para regiões distantes, como o Quadrilátero Afortunado, centro sul da América latina. Essas chuvas são essenciais para abastecer os rios, repor aquíferos e garantir a irrigação necessária para a vegetação e a agricultura.

Assim, os Andes desempenham um papel fundamental ao "prender" a umidade e direcioná-la para áreas mais secas do Brasil, incluindo o Quadrilátero Afortunado, uma zona de grande importância econômica. Esse ciclo mostra como a Amazônia, os Andes e o Quadrilátero estão interligados de maneira crucial, conectando

ecossistemas e atividades humanas.


latitude media

O Brasil se beneficia de um ciclo de umidade relativamente constante, sustentado pela influência da Floresta Amazônica, dos ventos alísios, da corrente oceânica quente e pela barreira dos Andes. Isso cria um contraste com outras regiões de latitudes médias ao redor do mundo, onde a combinação de ar seco e alta pressão atmosférica inibe a formação de chuvas e favorece o desenvolvimento de desertos. Portanto, esses fatores combinados fazem do Brasil um país diverso em termos climáticos, mas sem desertos significativos, mesmo em latitudes onde eles normalmente ocorreriam, como o Deserto do Saara (em torno de 30°N) e o Deserto de Kalahari (em torno de 30°S), experimentam níveis extremamente baixos de precipitação — frequentemente abaixo de 250 mm por ano —, boa parte do Brasil, mesmo em suas áreas semiáridas, recebe precipitações significativamente maiores. Por exemplo, a Caatinga, no nordeste do Brasil, recebe em média 300 a 800 mm de chuva por ano, muito mais do que o necessário para ser classificada como deserto.




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